Campo Grande enfrenta fila de 935 solicitações de pacientes diabéticos esperando atendimento com endocrinologistas na rede pública, segundo nota da 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande (MPMS). A demora supera o prazo considerado razoável de 100 dias pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com alguns pedidos datando de março de 2023.
A Promotoria decidiu investigar a deficiência no atendimento especializado do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, apontando como principais entraves a escassez de médicos endocrinologistas e a interrupção no fornecimento de medicamentos essenciais, como insulinas Lantus (Glargina) e Novorapid (Aspart), além de fitas para medir a glicemia.
“Foi verificada falha na gestão de medicamentos e insumos, incluindo ausência de sistema informatizado ou planilhas adequadas para controle de estoque e dispensação”, destaca a nota do MPMS.
O inquérito civil foi instaurado contra a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES), com prazo de 20 dias para que apresentem medidas concretas para solucionar os problemas. A Sesau deve informar o número de endocrinologistas, média de atendimentos, situação atualizada do estoque de insulinas e fitas, e ações planejadas para expandir a rede de atendimento e implementar controle informatizado de insumos.
A SES foi oficiada sobre a possibilidade de firmar convênio com o município para ampliar rapidamente a oferta de consultas especializadas e reduzir a longa espera que compromete a saúde dos pacientes diabéticos da capital.
Texto: Laura Holsback
