O secretário de Finanças de Bonito, Edilberto Cruz Gonçalves, foi preso no contexto da “Operação Águas Turvas”, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), nesta terça-feira (7). A ação também levou à prisão o arquiteto Carlos Henrique Sanches Corrêa — fiscal de obras públicas e proprietário da empresa Sanches e Corrêa Ltda — e Luciane Cíntia Pazette, gerente do setor de licitação e compras da prefeitura.
A operação teve como objetivo cumprir quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Bonito, Terenos e Curitiba (PR), com apoio do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava desde 2021, manipulando sistematicamente licitações de obras e serviços de engenharia no município. As fraudes eram realizadas por meio de simulação de concorrência e exigências direcionadas, de forma a garantir que os contratos fossem vencidos por empresas ligadas ao esquema.
Agentes públicos envolvidos, como Edilberto Gonçalves, forneciam informações privilegiadas e organizavam a manipulação dos certames, recebendo em troca vantagens indevidas. O montante dos contratos investigados já soma cerca de R$ 4,4 milhões.
O nome da operação, “Águas Turvas”, faz referência ao contraste entre o atual cenário e a fama de Bonito, conhecida por suas águas cristalinas e belezas naturais — agora manchada por um esquema de corrupção que compromete a transparência na gestão pública.
