Golpe do Arquivo .vbs explode em Campo Grande e transforma contatos em isca

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Recebeu um orçamento, um boleto ou qualquer outro documento — mesmo vindo de alguém da sua agenda? Não clique. Pode ser vírus. A recomendação tem se tornado quase um mantra em Campo Grande, onde relatos de tentativas de golpe se multiplicam diariamente. Moradores têm avisado uns aos outros —alguns porque caíram no golpe, outros em tom de prevenção — sobre a modalidade que circula com força pela cidade.

O golpe envolve um arquivo malicioso com extensão .vbs, que está fazendo inúmeras vítimas, sobretudo em computadores com sistema operacional Windows. A estratégia dos criminosos é simples, mas eficiente, como por exemplo o envio de e-mail para alvos com downloads aparentemente inofensivos, mas que muitas vezes contêm o arquivo perigoso.

Esse tipo de malware tem como principal objetivo roubar dados bancários e informações sensíveis. Uma vez instalado, ele pode assumir o controle de aplicativos como o WhatsApp, utilizando a própria conta da vítima para se espalhar — enviando o mesmo arquivo para pessoas da lista de contatos, o que torna o golpe ainda mais difícil de identificar.

Ao abrir o arquivo, o vírus é baixado e começa a agir silenciosamente. Em pouco tempo, o aparelho ou computador comprometido passa a ser usado como ferramenta de disseminação, enquanto dados pessoais podem ser apagados, criptografados ou roubados.

Relatos de vítimas e quase vítimas

A jornalista Karita Francisco recebeu um desses arquivos recentemente do WhatsApp da clínica onde leva a sua cachorrinha. A mensagem acompanhava um pedido urgente: “Tô te enviando o orçamento — dá uma olhada com urgência, por favor, que preciso fechar isso o quanto antes.” Desconfiada, ela não abriu. “Não cliquei, suspeitei de cara. Eu já tinha lido a respeito há algumas semanas e suspeitei na hora. Já avisei amigos e familiares para ficarem espertos”, contou.

Após Jair ter o celular invadido, contatos começaram a receber pedido de dinheiro.

Mas nem todos tiveram o mesmo cuidado. O autônomo Jair Dias foi vítima do golpe nesta quarta-feira (12). Ele teve o celular resetado. “Acredito que eu tenha clicado em algo. Quando estava em ligação, o celular desligou. Demorou para reiniciar e, quando voltou, percebi que estava tudo apagado. Não tinha mais contatos, dados bancários, imagens, nada,” relata.

Minutos depois, pessoas da sua agenda começaram a receber mensagens de um golpista solicitando o pagamento de um boleto, usando a justificativa de que faria o acerto no dia seguinte — uma tática comum entre criminosos que usam o WhatsApp hackeado para pedir dinheiro.

Como se proteger, segundo especialistas

  1. Não abra anexos suspeitos
    Mesmo que venham de alguém conhecido. Se o texto da mensagem estiver estranho, com erros, urgência incomum ou contexto fora do normal, não clique.
  2. Ative a autenticação em duas etapas
    No WhatsApp, esse recurso adiciona uma camada extra de segurança e dificulta que terceiros acessem sua conta.
  3. Mantenha o antivírus atualizado
    Sistemas de proteção confiáveis ajudam a bloquear arquivos maliciosos antes que eles causem danos.
  4. Desconfie de mensagens estranhas — mesmo de contatos conhecidos
    Se algo não parece normal, confirme por ligação ou outro meio antes de abrir qualquer arquivo.

Por Laura Holsback

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