Do sofrimento à serenidade: como a ciência ajudou Caroline a reencontrar o equilíbrio

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Diagnóstico correto de Transtorno Borderline e TDAH devolveu qualidade de vida e estabilidade emocional a jovem sul-mato-grossense

Por anos, Caroline Silvério Godoy, hoje com 26 anos, viveu uma montanha-russa emocional. Crises de ansiedade, impulsividade, dificuldades nos relacionamentos e uma sensação constante de vazio marcavam seus dias. Entre diagnósticos errados e tratamentos que não funcionavam, ela se perguntava: “o que há de errado comigo?”. “Cheguei a tomar remédios que não eram adequados para o meu quadro. Era uma luta diária sem respostas. Foi só com a neurometria que descobrimos o que realmente estava acontecendo e a minha vida começou a mudar”, relembra Caroline.

A neurometria é um abordagem que utiliza tecnologia avançada para medir e analisar a atividade cerebral e, assim, auxiliando no diagnóstico e tratamento de distúrbios como ansiedade, depressão entre outros como o transtorno de boderline. Essa técnica, permite que profissionais façam avaliações detalhadas sobre condições específicas que podem afetar a saúde física e mental de um paciente.

O exame revelou o que tantos especialistas não haviam percebido: Caroline tem Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O diagnóstico correto, aliado a um acompanhamento cuidadoso, foi o ponto de virada.  “Depois disso, tudo começou a se encaixar. Concluí a faculdade de Estética, realizei sonhos antigos e hoje vivo de forma mais equilibrada, com meu marido e meus dois filhos. Aprendi a me compreender e, principalmente, a me perdoar”, conta, com serenidade.

A fé e a força de uma mãe
A trajetória de Caroline é também a história de amor e persistência de sua mãe, Nelci Silvério da Rosa, de 56 anos. Ela recorda os primeiros sinais do transtorno ainda na infância, quando moravam em Cuiabá (MT). “Desde pequena, a Carol era diferente. Tinha dificuldade em fazer amigos e sofria para se adaptar na escola. Quando nos mudamos para Campo Grande, tudo piorou. Foram anos de busca por respostas e de muito sofrimento”, lembra Nelci.

O reencontro com a esperança veio através de uma amiga enfermeira, que apresentou o trabalho do psicólogo e neurocientista Dr. Jeferson Morel. “Ela me disse: ‘conheço alguém que pode mudar a vida da sua filha’. E foi exatamente o que aconteceu. Com o Dr. Jeferson, a Carol teve o diagnóstico certo e um tratamento que respeitou o jeito dela de ser. Hoje, ela vive em Ponta Porã, com a família, e eu pude, finalmente, viver minha vida em paz. Ele realmente cuidou dela com amor e humanidade”, emociona-se.

Quando a ciência devolve o equilíbrio
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ainda é um tema cercado de estigmas e pouca informação. Estima-se que entre 1% e 3% da população mundial conviva com o transtorno o que, no Brasil, pode representar cerca de 2 milhões de pessoas, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Caracterizado por instabilidade emocional, impulsividade, flutuações de humor e medo intenso de rejeição, o Borderline durante muito tempo foi visto como “sem cura”. Mas os avanços da neurociência têm mostrado o contrário: com diagnóstico preciso e tratamento adequado, é possível viver com estabilidade e plenitude.

O Dr. Jeferson Morel explica que a neurometria, ferramenta que analisa a atividade elétrica cerebral com alta precisão, tem sido fundamental para compreender padrões neurológicos e direcionar terapias mais eficazes. “Cada cérebro é único. A neurometria nos permite enxergar o que está por trás dos sintomas e personalizar o tratamento. Casos como o da Caroline mostram que, quando o diagnóstico é assertivo e o cuidado é humano, a transformação é real”, destaca o neurocientista.

Um novo começo
A história de Caroline é um lembrete poderoso de que o diagnóstico certo pode mudar destinos. Hoje, ela encara o futuro com serenidade e esperança. “Antes, eu vivia em guerra comigo mesma. Agora, entendo meus limites e minhas emoções. Aprendi que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Foi uma libertação.”

Entre ciência, empatia e fé, Caroline e Nelci mostraram que é possível renascer e que acolhimento e informação podem salvar vidas.

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