Campo Grande amanheceu sem ônibus circulando nesta segunda-feira (15) em razão da greve dos motoristas do transporte coletivo urbano. Diante da paralisação de um serviço considerado essencial, a Justiça determinou multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da decisão que obriga a manutenção mínima de 70% da frota em circulação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande foi notificado às 5h30 desta terça-feira (16) sobre a nova decisão do desembargador César Palumbo Fernandes, relator do processo, que elevou o valor da penalidade. Além da multa, o dirigente sindical passa a figurar como sujeito passivo, em tese, do crime de desobediência a ordem judicial, previsto no artigo 330 do Código Penal.
Segundo o magistrado, a multa possui caráter coercitivo, com o objetivo de assegurar a efetividade da decisão judicial e preservar a autoridade do Poder Judiciário, especialmente diante do impacto direto da paralisação sobre direitos fundamentais da coletividade.
A greve teve início ainda na madrugada, com o fechamento de terminais e pontos de integração. Os motoristas permanecem concentrados nas garagens, impedindo a saída dos veículos, sem previsão de encerramento do movimento. A paralisação foi aprovada em assembleia na última quinta-feira (11) e ocorre devido ao atraso no pagamento dos salários de novembro, do 13º salário e de benefícios trabalhistas.
A situação afeta diretamente a rotina de milhares de trabalhadores, estudantes e famílias que dependem do transporte coletivo para se deslocar pela cidade. O vereador Landmark Rios (PT) afirmou que o cenário já havia sido alertado na Câmara Municipal e criticou a postura do Executivo municipal diante da crise.
O Consórcio Guaicurus alega enfrentar dificuldades financeiras em razão da falta de repasses do poder público, incluindo subsídios e valores relacionados ao vale-transporte, o que teria comprometido o pagamento das obrigações trabalhistas. A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, informou, em nota divulgada anteriormente, que os repasses estão em dia.
