Mãe alerta que diagnóstico precoce de TDAH ajudou filho a superar bullying escolar

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Durante a Semana de Enfrentamento ao Bullying, história de Juliana Andrade mostra como a informação, o acolhimento e o diagnóstico correto podem mudar o destino de uma criança

Nesta semana, em que se celebra o Dia Mundial de Enfrentamento ao Bullying (20), histórias como a da campo-grandense Juliana Andrade da Silva, de 40 anos, ganham ainda mais significado. Seu filho, hoje com nove anos, foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) após anos de desafios e incompreensão, um diagnóstico que não apenas mudou a rotina da família, mas também ajudou o menino a superar episódios de bullying e a recuperar a autoconfiança.

Juliana lembra que os sinais começaram cedo, ainda quando o filho tinha apenas 3 anos. “Ele era muito nervoso, explosivo, tanto em casa quanto com outras crianças. Achei que fosse apenas uma fase, não imaginava que havia algo além disso”, relembra.

Aos 7 anos, em meio a um período difícil de separação conjugal, Juliana decidiu buscar ajuda. Ela comentou sobre o comportamento do filho e foi então que o profissional sugeriu uma avaliação detalhada com o apoio da neurometria, exame que analisa a atividade elétrica do cérebro e auxilia na identificação de transtornos como o TDAH. “O exame revelou exatamente o que estava acontecendo. Foi como acender uma luz. A partir dali, conseguimos compreender o que ele sentia, oferecer o tratamento adequado e restabelecer a harmonia em casa”, conta Juliana, emocionada.

O menino foi um dos primeiros pacientes do psicólogo e neurocientista Jefferson Luís Azevedo Morel, a receber o diagnóstico com suporte da neurometria. O exame, possibilitou um tratamento mais assertivo, com acompanhamento psicológico e médico. “Hoje ele está mais tranquilo, confiante e feliz. O diagnóstico não foi um rótulo, foi um recomeço”, afirma a mãe.

Antes disso, a família chegou a receber diagnósticos equivocados, o que atrasou o tratamento e agravou os desafios emocionais, situação comum, segundo o Dr. Jefferson Morel. “A neurometria traz uma compreensão objetiva do funcionamento cerebral. Isso é essencial para definir o tratamento adequado e evitar erros que prolongam o sofrimento da criança e da família”, explica o especialista.

Além de contribuir para a melhora clínica, o diagnóstico correto foi determinante para enfrentar o bullying escolar que o menino sofria. “Muitas vezes, o comportamento diferente desperta julgamento. Quando a escola e a família compreendem o que está por trás das atitudes da criança, é possível acolher, e não rotular. É assim que se combate o bullying de forma real e efetiva”, reforça o Dr. Jefferson.

Juliana também faz um apelo a outros pais: “Prestem atenção nos sinais. Às vezes, o que parece desobediência é um pedido de ajuda. O diagnóstico do meu filho foi um divisor de águas — trouxe entendimento, empatia e amor renovado.”

Entenda o que é o bullying
O bullying é caracterizado por comportamentos agressivos, intencionais e repetidos, que buscam humilhar ou intimidar uma pessoa ou grupo. No ambiente escolar, pode causar depressão, ansiedade, baixa autoestima e até estresse pós-traumático.

Os impactos vão além da vítima: o bullying prejudica a convivência, estimula a cultura da violência e do silêncio e provoca queda no rendimento e evasão escolar. Por isso, conscientizar famílias, professores e alunos é essencial para quebrar o ciclo de dor e promover ambientes mais empáticos e acolhedores.

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